PCC expande atuação e mira mercado financeiro e político, aponta investigação

 

Imagem: Reprodução

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa surgida no Vale do Paraíba e antes concentrada no tráfico de drogas, ampliou suas operações e agora busca espaço no mercado financeiro e no ambiente político. A informação foi confirmada pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, nesta quinta-feira (25), durante coletiva sobre a Operação Spare.

Deflagrada pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Militar, Receita Federal, Procuradoria-Geral do Estado e Secretaria da Fazenda, a operação revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao PCC. Entre 2020 e 2024, o grupo movimentou R$ 4,5 bilhões, segundo os investigadores.

As apurações mostram que a facção diversificou seus negócios, atuando em jogos de azar, combustíveis adulterados e fintechs usadas para mascarar a origem dos recursos ilícitos. A ação resultou no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão em cidades paulistas, com a apreensão de quase R$ 1 milhão em dinheiro, celulares, computadores e uma arma de fogo.

De acordo com o promotor Silvio Loubeh, do Gaeco, o caso começou a ser desvendado após a descoberta de máquinas de cartão em casas de jogos clandestinos em Santos, ligadas a postos de combustíveis. O dinheiro era direcionado para uma fintech controlada pela facção.

As investigações também identificaram que o PCC mantinha o controle de postos, motéis e empresas de fachada, movimentando milhões de reais. A Receita Federal informou que a organização já detém pelo menos 40 fundos de investimento, com patrimônio superior a R$ 30 bilhões.

A Operação Spare é um desdobramento da Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que investigou fraude no setor de combustíveis. Em 2024, a Operação Decurio já havia denunciado 19 suspeitos de movimentar R$ 8 bilhões para financiar candidaturas ligadas ao PCC em municípios como Ubatuba e São José dos Campos.

As autoridades destacaram que o avanço da facção para setores da economia formal e para o ambiente político representa um novo desafio. O Ministério Público e demais órgãos reforçaram a necessidade de fiscalização constante para conter o fortalecimento financeiro e institucional do grupo criminoso.

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem