A NASA acionou o protocolo de defesa planetária após a detecção de comportamentos incomuns no cometa 3I/Atlas. A medida foi tomada depois da divulgação de um comunicado técnico emitido na última terça-feira (21) pelo Minor Planet Center (MPC), da Universidade Harvard, que levantou preocupações sobre as características do objeto.
O documento informa que o MPC realizará um workshop voltado ao aprimoramento das técnicas de medição orbital, com foco específico no 3I/Atlas. O treinamento ocorrerá de 27 de novembro deste ano a 27 de janeiro de 2026 e tem como objetivo desenvolver métodos mais precisos para investigar o comportamento e os atributos do corpo celeste, além de reforçar a preparação diante de possíveis ameaças vindas do espaço.
As inscrições para o evento estão abertas até 7 de novembro e poderão ser feitas por profissionais e instituições da área astronômica. O MPC, que é operado pela União Astronômica Internacional (IAU) e financiado pela NASA, atua na coleta e cálculo de dados sobre cometas, asteroides e outros planetas menores.
Detectado em junho pelo telescópio do projeto ATLAS e confirmado pela NASA em julho, o cometa 3I/Atlas tem despertado interesse da comunidade científica por suas propriedades atípicas. Além de apresentar variações incomuns em seu comportamento e composição química, o corpo celeste chama atenção por sua origem: ele é proveniente de um sistema estelar fora do Sistema Solar e, por isso, é classificado como um cometa interestelar.
O 3I/Atlas é o terceiro objeto conhecido de fora do Sistema Solar a se aproximar da Terra. Estimativas indicam que ele pode ter se formado antes mesmo do nascimento do Sol, o que o torna um dos corpos celestes mais antigos já observados.
Embora um pequeno grupo de pesquisadores tenha levantado a hipótese de que o objeto possa ter origem artificial, a maioria dos especialistas descarta essa possibilidade. Segundo esses cientistas, o 3I/Atlas apresenta todas as características de um cometa natural, distinguindo-se apenas pela velocidade e pela composição incomuns.
A ativação do protocolo de defesa planetária pela NASA não indica risco imediato para a Terra, mas faz parte das medidas preventivas adotadas pela agência em casos que envolvem objetos espaciais de comportamento imprevisível.
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