Alunos da Escola Estadual Edgar Mello Mattos de Castro, localizada no bairro Campo dos Alemães, região sul de São José dos Campos, relataram ter sofrido agressões físicas, sexuais e uma tentativa de abuso sexual nas dependências do banheiro da unidade de ensino. O incidente ocorreu na sexta-feira, 6 de outubro, por volta das 13h10, envolvendo um estudante de 13 anos, do 9º ano, e alunos mais novos, do 6º ano.
Segundo os relatos apresentados pela direção da escola e pelos pais das vítimas, o incidente começou quando o aluno do 9º ano entrou em uma cabine do banheiro com outro estudante. Ele teria fechado a porta, imobilizado o colega e proferido uma frase com conotação sexual, questionando se o estudante queria o ato “com ou sem cuspe”. A vítima declarou ter se sentido "assediada e molestada", pedindo que a ação fosse interrompida.
O estudante em situação de ameaça só conseguiu sair da cabine após outros alunos do 6º ano entrarem no banheiro e baterem na porta, alertados pela frase de teor sexual. Em seguida, o aluno agressor teria passado a hostilizar os outros estudantes. Um deles teve o braço torcido e o corpo inclinado, sofrendo contato das partes íntimas do agressor.
Outro aluno tentou defender o amigo, mas foi empurrado e jogado de costas. Ele também foi forçado a entrar na cabine com o estudante mais velho, que repetiu a frase de conotação sexual. A agressão só cessou quando uma funcionária da escola entrou no banheiro, embora o jovem agressor inicialmente não tenha obedecido ao pedido para parar.
Os alunos menores conseguiram deixar o local e reportaram o ocorrido à direção da escola. A unidade de ensino informou ter contatado imediatamente as famílias dos envolvidos e solicitado a presença da mãe do aluno acusado, conforme registrado em relatório enviado ao Conselho Tutelar.
A escola registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) e solicitou à família do estudante do 9º ano que o transferisse para outra unidade, alegando a “repercussão negativa do caso perante as outras famílias”. No entanto, a direção teria informado aos pais das vítimas que o aluno não foi expulso e que sua mãe não se comprometeu a realizar a transferência, levantando preocupação entre os pais sobre o retorno do agressor às aulas.
O caso está sob acompanhamento do Conselho Tutelar. Na Polícia Civil, os registros foram encaminhados para o Distrito Policial da área para a continuidade da apuração dos fatos. Uma vereadora da cidade, Juliana Fraga (PT), atendeu à solicitação de um dos pais e encaminhou ofício à dirigente de ensino de São José dos Campos, cobrando o acompanhamento do órgão e a adoção de “providências necessárias” junto à equipe gestora da escola.
Até o momento, a Secretaria Estadual de Educação não se manifestou sobre o caso. A família do aluno acusado de agressão e abuso sexual não foi localizada pela reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.
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